Sobrevivendo

  Hoje morreu um amigo. Não, fiquei sabendo hoje, foi domingo.Mas por estas peças que o destino nos prega , hoje de manhã fui doar sangue. A enfermeira perguntou se era para alguém em especial e eu disse que não mas na hora lembrei de Ivan Mello Karl. Depois lembrei que ele não devia precisar de sangue,sua doença era mais séria.
  Além de meses de diária convivência, lembro de ocasiões importantes. Uma festa em minha casa em Petrópolis, outra festa em Friburgo no Sans Soucis, outra no Cônego...Em cada uma destas um encontro especial, um amigo querido deixando a marca de sua existência. É por isso, talvez, que eu sobreviva aos amigos. Para que eles continuem existindo em mim e no que eu conto. Quando os blogs de hoje forem" ecos de antigas palavras, vestígios de antigas civilizações",escafandristas vão ler e saber que um homem existiu e foi um bom homem. Alguém a ser lembrado . Alguém querido, alguém que não vai deixar de ser enquanto eu me lembrar . |Ou for lembrada talvez.
  Adeus, Ivan. Não esquecerei!

O lado errado.

  Não há lado certo. Segundo turno eleições 2010.Falam em lado da verdade e lado da mentira. Os dois lados mentem. Os dois candidatos sorriem por obrigação e fingem ser o que não conseguem. Escondem suas convicções e tentam ser o que os eleitores querem. Tolos, os eleitores querem a verdade. Não querem um cara do "bem" ou uma amiguinha do presidente popular.
  Sinto muito que grandes amigos tenham sido atraídos por algum dos lados. lamentavelmente não há lado certo.

Liberdade

  Descobri que sou livre há uns seis anos atrás. Começando um trabalho novo, perdi a noção do tempo e quando saí era quase a última. Não tive o cuidado de pedir a chave da garagem e lá ficou meu carro, minha mala, a vida que eu levara de uma cidade para outra. Jantei fora, tomei um chope, fui dormir num hotel. De manhã, chave recuperada, roupa trocada e um novo dia. Foi tão bom.
  Vi que liberdade é depender de muito pouco para ser feliz. Liberdade pode ser dormir num quarto de hotel.

MULHER, substantivo plural.

  Uma só mulher são várias. Substantivo plural.Distúrbio de personalidade que a transforma numa classe gramatical diferente em gênero e número. Grau superlativo.
   Uma mulher se reconhece em outras mulheres. Afinal,todas têm a mesma história para contar.Dores parecidas, amores perdidos, aventuras não vividas, paixões contrariadas. Filhos com problema, dor de cabeça, dor na alma, risos contidos.
   Supermercado, feira, colégio dos filhos, salão de beleza, cozinha, faxina, trabalho.Amigas, parentes, conhecidos, amado. Dar conta de tudo e de todos.Fichinha . Toda mulher é desdobrável, multitarefa,hiperativa .
  Uma mulher é várias. E só.

Apaixonar-se.

  O que custa apaixonar-se? Noites em claro, perda de peso,olhos brilhantes, borboletas no estômago.
  Quem deseja apaixonar-se? Não conheço quem não queira. Eu quero. É tão bom! Ainda mais se o objeto de sua paixão não se toca ou nem nota . As insinuações, os olhares fugazes, as meias palavras, as meias verdades, as mentiras mais deslavadas( imagine, cansaço nenhum!), as promessas não cumpridas.
  Não há como conhecer antes o objeto do desejo. A paixão não se concretiza, não resiste ao choque de realidade que vem do conhecimento. Melhor passar ao largo dos defeitos, das teimosias, das chatices.Cair de boca na paixão e viver alguns meses nela. Depois? Aprender a conhecer o apaixonante desconhecido. Inventariar cada palavra boba, cada gafe, cada espirro em hora errada. E desapaixonar-se de leve , mas sem mais delongas. Só conter a respiração e calar a canção interior. Sem dor principalmente.
   Ai de mim que agora vivo assim!

Ainda os corais.

  Voltei sábado à Igreja para ouvir os corais. O grande barato além da beleza da música é a acústica do local. E o próprio local.Há séculos atrás os homens se reuniam para cantar em igrejas. Para louvar. Daí o pensamento que não sai de mim. A música nos faz chegar perto de Deus. Ou seria da perfeição? A prática de ensinar e ouvir música na igreja remonta ao tempo em que a música profana era pouco divulgada e ouvida. Então cantar nos faz mais próximos de Deus que é a perfeição . Ou a perfeição que pode vir do cantar nos traz tanto êxtase que nos deixa próximos de qualquer coisa a que chamamos Deus?

  Sei que outra vez saí completa. " Cantar quase sempre nos faz recordar, sem querer, um beijo, um sorriso ou uma outra ventura qualquer". Saí recordando...

A beleza da mosca feia.

 (Foto: Radoslav Valkov )

  Aí está! Assim como de perto ninguém é normal, bem de perto ninguém é feio. Olhem só a mosca arrumando seus galhinhos com a saliva para preparar o ninho . Ou para montar armadilha para outros insetos. Ou para... sei lá o que estará a mosca fazendo. Ou quem sabe nem é uma mosca!
 A foto foi premiada num concurso internacional de fotos sobre o meio ambiente.
  O inusitado é a poesia que um inseto repulsivo pode compor se visto com olhos de sensibilidade. E a constatação de que beleza é questão de olhar mesmo.

Corais e enlevos.

  Uma voz só é só uma voz só. Mas vozes em harmonia formam um Coral e nos transmitem sensação de plenitude e eternidade. Na Matriz de Assunção, o maestro Ruy Capdeville comanda o Encontro de Corais. Igreja cheia, silêncio respeitoso , aplausos entusiasmados. Um coral do Paraguai, cantando " El dia que me quieras". Magia.
   Um coral da Argentina cantando "Meu bem-querer" de Djavan. Surpresa.
   O Coral da Universidade de Brasília vem de "Beatriz" de Chico Buarque.Requinte.
   Vim para casa plena de sensações. E dei carona a dona Ione, 83 anos, que disse: "assim dá até para acreditar nessa coisa que se chama amor". Noite completa, repleta. Cantar faz bem.

Sou louca por pipoca!

Pipoca! Ah! Quentinha, crocante, com queijo e sal, docinha, melada, pipoca sempre. Vendo TV, um filme, lendo um livro. Pipoca sempre.
De onde vem o gosto por tão simples iguaria? Talvez do prazer de ouvir o seu preparo, o ploc-ploc da pipoca na panela com cheiro de infância, o croc-croc na boca. Os fiapos que ficam nos dentes lembrando da pipoca que comemos por muito tempo.
Dia feliz, dia de falar de pipoca.
Pipoca sempre!

Acabou.

  Esta é a última noite que passamos juntos. E nada pode acordá-lo para mim. Acabou seu tempo e parece que o meu se gastou com o seu. Tento entender porque não posso fazê-lo estar de novo entre nós e aí me lembro que foi a morte que o levou. E a morte não devolve ninguém. A morte não negocia, não atrasa, não deixa para depois.
  Seus amigos vieram todos. Lembra a festa que você marcou e que todos faltaram? Agora eles estão todos aqui, constrangidos de não terem estado com você aquela noite. Que não teria sido a última como a de hoje será. Aperto sua mão fria, entrelaçada , coberta de flores e não sinto mais que você corresponde a meu aperto firme .Nem seus lábios se abrem no sorriso que ficava bailando sempre que estávamos juntos ou sós.Custo a crer que você me deixou aqui sozinha com a sala repleta de amigos, de seus filhos de seus parentes. Custo a crer que você hoje, não é o anfitrião. Que você não passeia entre os convidados com um copo na mão, o sorriso aberto e as palavras tão fáceis.
  Você está morto. E custou-me dizer isto. Faltou-me coragem de reconhecer que é esta a última noite que passamos juntos.
Ai, fica só mais um pouco,só até amanhã, quando todos se irão , dever cumprido,lágrimas mostradas, pesar compartilhado. E eu? Serei para sempre sem você.

Em memória de Alfredo Barreto, com afeto para Laura Barreto.

Como sempre!

  Foi-se a paixão. Como sempre se vão os sentimentos extremos, os desejos exacerbados.Fica a saudade do que nunca foi sem a certeza do que poderia ter sido. Somos um complexo mecanismo de memórias e esquecimentos que vão completando o mosaico de relacionamentos cada vez mais escassos.
 À proxima então. Se outra vier. Se o coração ainda guardar sangue suficiente para outra sessão de adrenalina, taquicardias e borboletas batendo asas no estômago.Se a memória da pele ainda recriar o gosto do tato.
  Cada paixão da maturidade me recria e recarrega. Guardo todo o amor do mundo sem a glória e a doçura da entrega.
  Que não demore muito a próxima paixão.

A falta que a conexão me faz!

  Já faz quatro dias que a conexão está ruim. E eu com preguiça de ligar para a operadora e saber o que está havendo. Enquanto isso, vou ficando longe. Da vida. Dos pequenos prazeres. De escrever no blog, de pagar contas, de ler as notícias. Senti uma súbita falta do jornal em papel, do caderno de anotações.
  Quando foi que me tornei assim tão dependente da internet?

Quando eu canto!

 Que se cuide o mundo quando eu canto. Ou escrevo. Não estou cabendo em mim, só disto tenho certeza. A vida vem muito forte, muito grande , muito bonita para que eu possa suportar sozinha e aí eu canto. Ou escrevo. É para você , meu amado, que se faz presente com sua enorme ausência que me deixa vazia . É par você que eu canto . Ou escrevo. 
  E hoje eu quero cantar o dia alegre que passei, os sorrisos que sorri, o sol que queimou minha pele e o mar que me beijou. Quero escrever a noite linda que ontem fez e a lua que me acariciou.Os abraços que aceitei e os carinhos que ofereci.
  Vida que se apresenta mais forte, maior e mais bonita a cada dia que eu canto. Ou escrevo.

Escrita em 1974

VERDE



Meus pés pisando sobre a grama verde. Meus olhos pousados no verde que flutua no olhar sereno de quem espera. Meu corpo em multicoloridas mutações até enfeitar-se do verde de festa. Festejando o verde pelo verde. Que o verde é desejo de florir!


O verde que aprendi a amar e procurei cultivar num altar sem ídolos começou a desbotar. Tornou-se quase amarelado com o passar do tempo que gastei em direção a outras cores mais vivas e nem por isso mais verdadeiras. O verde que cheguei quase a tocar. O verde que me acompanha até quando me retorno à casca. É esse mesmo verde que se agita dentro de mim e me diz que é tempo de voltar às origens. O verde da verdade vem hoje buscar-me.


Atendo ao chamado e me visto de festa novamente. E me solto bruscamente, sem reservas, seguindo o som verde de uma orquestra perdida no ar. Ah, vou desfazer-me em cores até refazer-me na tonalidade exata que busco.


O sinal da vida se faz eternamente verde. A cor da infância, dos pés descalços se faz para sempre presença confortante. O arco íris muda de nome e explode em verde. O mar confirma que é feito de verde. Meus olhos lavando-se em lágrimas de perdão retornam ao tom antigo e tão amado.


Uma voz suave me instiga a caminhar mais e mais em busca do tom exato, sem manchas, nem sombras que descobrem. A poesia ecoa em meus sentidos me levando de volta ao verde. A fruta cai verde a nossos pés e se impõe. E o Verbo que torna verde e habita entre nós.


E os homens se tornam verdes. E o mundo se torna verde. E o dia nasce afinal. Dia verde!

O ciúme

 Sobre todo grande amor ou mesmo um amor pequenino, paira monstruosa a sombra do ciúme. Vontade de não deixar que o amor conviva com ninguém mais além de nós. Monstruosa e dolorida sombra. Mas quem pode evitar a vida que segue? Não te quero meu porque te quero todo e só estás completo em liberdade.

  À vida, então. Que teu amor me baste a cada dia! 

Brincando na areia!

  Toda criança sabe o que fazer com um baldinho de plástico, uma pazinha e uma pracinha com areia. As mãos rápidas e pequeninas se agitam agitando o brinquedo, espalhando a areia, sujando a roupa e formando sorrisos.

  Adultos, somos hoje as crianças que um dia fomos. E agora, ficamos sem saber que uso dar ao baldinho de nossas ilusões. A poeira de nossas recordações, a areia grossa das saudades, as pedrinhas pontiagudas dos amores perdidos ficam ali, nos espiando do fundo do balde. E nossas mãos cansadas não sabem que destino dar a tantas possibilidades de brincar.

  E continuamos mostrando ao mundo a seriedade de nossos afazeres. Brincar nos suja muito .

Lua demais!

 Lua cheia hoje. Você hoje. Vou chamá-lo lua cheia de hoje em diante. Você ilumina minha noite. Desfaz a escuridão, clareia meu caminho e ainda é de uma beleza única. Eu amo a lua cheia.

  Soubesse você da claridade que consegue lançar em mim estou certa que se apaixonaria pela luz que irradio quando o vejo.Mas eu olho e você está indiferente, paisagem desconhecida para meus olhos.Ai, que volto para casa e a luz se vai tão logo fecho a janela. Você já se foi.
  Não se iluda, não me atice! Você vai chamar meu nome e só então...

Café da manhã

 Sinto sua falta no café da manhã. A conversa calorosa, enviesada vez em quando, seu olhar distante ou fixo em meu corpo. Seus olhos queimam meu corpo. Hoje está frio, precisava de calor , de seu calor.Troquei seus olhos por uma xícara cheia de café quente. Não me satisfaço, quero um carinho.

 Ouço Roberto Carlos e amanhã de manhã vou pedir um café pra nós dois. Você me faz falta nas coisas mais corriqueiras. No café da manhã, no almoço e no jantar. E quando acordo. Quando vou dormir também.

  Sinto tanto sua falta que me pergunto estranha, há quanto tempo você não está!

Crepúsculo

  Adoro a luz do entardecer! Da minha janela a linha do horizonte me leva  para onde quero estar. E é sempre a seu lado.Por que então é tão longe?
  O Sol quase toca a Terra.Eu quase toco o Sol.O lusco fusco alaranjado me ocupa inteira e me deixa inebriada com o perfume de eternidade.
  Aos poucos a luz vai diminuindo e quase é noite. Mas o dia insiste e lança um último gole de laranja escuro que alcança os costados do Morro da Guia. só então se espatifa em pedaços cada vez menores e a noite se faz.
  Todo crepúsculo na minha janela é uma oração!
   

Falta pouco!

Em pouco tempo vou vê-lo. Faz tempo que a vida não nos reunia. E então , como será? Que foi feito de seus olhos tão sedentos dos meus, de seu sorriso com endereço certo. De sua boca que buscava a minha com tanto fervor, com sensações de reza.E cada encontro era oração e era contemplação e o depois, ah o depois era a glória!

Faltam horas e vou contá-las até que estejamos um em frente ao outro. Aí a vida se encarregará de nós dois.

Que se faça pois o destino!

Bola nas costas

Não sabia o significado da expressão até domingo passado. Doeu ver a camisa dos jogadores do Flamengo em campo.

Não me reconheci, não consegui torcer. Lembrei de amigos beijando a camisa e dizendo que beijavam o manto sagrado.Lembrei da neta aos seis meses usando camisa com o escudo rubronegro. Tive que ouvir um gozador cantando "meu pintinho amarelinho..." sempre que via o goleiro patético na camisa amarelona.Natural que o time tenha amarelado e perdido.

Detestei a camisa azul e amarela, doeu ver aquele meião listrado. Não me senti parte do time. Doeu, tomei bola nas costas!

Se o escudo mudar , sinto muito, estou fora!

De amores e paixões!

Nunca fui mulher de grandes paixões. Sou mulher de grandes amores! Poucos, mas de um tamanho impossível de medir . Tão grandes que pedacinhos dos amores que tive ainda continuam em mim como suaves lembranças. Como um passado que devia virar futuro.
Meu primeiro amor me deu asas, me fez mulher, me deu a dimensão de vida que eu buscava.Um outro amor me deu filhos, me deu o conforto do lar, a felicidade rotineira.
O último amor me trouxe a paz do companheirismo, a alegria do inesperado, a doçura de compartilhar.
Ah, como espero os doces sentimentos que o próximo amor me vai trazer! E como espero que já esteja perto.

Passou!

O primeiro amor já passou, o segundo amor foi também. Passaram-se os amores enquanto passava minha vida. Nenhum fica, todos se desfazem. E me desfaço em amores que nem sei se amei, nem sei se os quis ou se os mereci. Um amor novo se aproxima no horizonte , deve ser mais uma miragem para um ser sedento de afetos vãos, que se vierem certamente também se vão. E se a fugacidade dos amores é tamanha por que a busca? Para que tentar a cada aceno um pedaço pequeno de amor .
Por mais que doa quando se vai um novo amor acende a esperança e deixa rastros de festa, brilho nos olhos e arrepios de emoção.
Vou-me movendo ao som de uma música lenta , de suspiros resfolegantes e alegrias passageiras. Mas cada amor é pérola rara que cultivo como ostra. Depois de contemplado eu os devolvo ao vento, a outras, à vida , enfim.
E a vida passa por mim...

Lei contra palmadas!

O Congresso Nacional tem um grande debate esta semana. A lei que cria punição para pais ou responsáveis que usem palmadas e outros castigos contra seus filhos. Meu Deus! Estamos carentes de bom senso ,não de leis! Punir por palmadas. E quem vai decidir se o culpado deve ser punido? E quem vai fiscalizar?
Há quanto tempo a Lei Maria da Penha está em vigor? E como foi que aconteceu o assassinato de Eliza Samudio?Falta de denúncia?
O ser humano que se julga dono de outro acha natural bater para corrigir comportamentos inadequados. Só que não somos donos de ninguém , talvez nem de nós mesmos, já que não podemos sequer optar por não receber tratamento em caso de doença terminal. Será que pais se acham donos de seus filhos?
Eu confesso! Mereço punição por meus erros do passado. Já dei algumas palmadas em meus filhos . E acho que vou processar minha amada mãe pelos tapas que levei na infância. Mas me lembro que o bom senso sempre esteve presente nestas ocasiões. E me lembro que nunca mais gritei com meus filhos depois que o mais novo , na época com seis anos, me disse que não achava justo.
O que merece punição é a tortura, o descontrole, o descaso. A miséria humana perpetua a surra no lugar da conversa. O que me assusta é quem vai fiscalizar, quem vai evitar, quem vai denunciar.Quem vai acreditar e punir?
Pais ou responsáveis que amam não batem. A lei devia ser para ensinar o amor. Quem não ama merece punição. E quem vai ensinar a amar?

Trapalhadas domésticas

Caiu-me a pia da cozinha! Não sem uma grande ajuda de minha parte. Temperando a canjica, queimei a mão, derrubei parte do conteúdo da panela na pia. Grãos do milho foram ralo abaixo e formaram um bolo quase fecal no sifão. E a solução doméstica atrapalhada foi bombear com a mão aberta o buraco do ralo. Pronto!
Um barulhinho estridente seguido por um outro bem mais forte. Caiu a cuba! Não acho necessário falar da água que se espalhou, da sujeira que ficou e do trabalho que me deu a limpeza.
Pelo menos, o amigo que consertou me proibiu de usá-la até amanhã. Um bom motivo para comer fora e não precisar lavar a louça.

Escrever e ler!

Se tem quem me queira conquistar que me escreva. Nada de eu te amo, sou teu, apaixonei-me!Mas escrever com poesia sentida,de dentro . De escrever que meus cabelos têm cheiro de folhas secas, que meus olhos devoram os seus como se bichos fossem. Aquelas coisas que se sente e pouco se diz, se tem quem me queira que faça esforço. Que me escreva.
Eu leio cada palavra com a seriedade de mestre.Entendo expressões como se fossem as mãos escrevendo arrepios em meu braço. Viu só? É fácil me conquistar, me apego logo, me encanto.
Não sei se tem quem me queira. Por isso, escrevo eu mesma.

Minha casa , sua casa!

Minha casa, sua casa!

Tenho cuidado de minha casa como se nela você morasse .Não deixo panela suja na pia, a louça está sempre limpa. No chuveiro, a lingerie não fica secando exposta. Limpo os móveis, faxino as gavetas, guardo as roupas no armário. Os sapatos na prateleira certa. Não haverá bagunça que você enxergue quando voltar. Tudo estará em seu lugar.
Tenho cuidado de meu corpo se seu ele fosse. Lavo os cabelos, hidrato a pele, passo o perfume, o batom! Unhas bem feitas na cor certa para a ocasião. Roupa adequada, buscando a elegância e a discrição. Vez em quando uma ousadia. Que é para você reparar em mim assim que me olhar. E ao devolver-me a seus olhos me ver bonita neles.
E quando você chegar é só dizer, entra! E quando você pedir é só dizer, cá estou!
Cuido da casa como se sua ela fosse. E de meu corpo como se nele você morasse.

Hexa doeu , Brasil!

Como diria o Bussunda! A seleção brasileira se despediu da Copa . Doeu mais em nós que no Dunga ou nos jogadores.Com uma atuação apagada no segundo tempo, jogamos mal, perdemos da Holanda! A seleção que nunca foi muito do agrado do povo, mostrou que livros de auto ajuda só ajudam quem os escreve ou os edita. Trancar jogadores num hotel repetindo incessantemente o mantra "vamos ganhar" não ganha jogo.
Dunga mostrou sua verdadeira face quando esmurrou os canos do estádio. Seu destempero verbal traduziu-se em socos e palavrões. Seu "grupo" se destemperou também, a começar pelo cabeça de bagre Felipe Mello.
Fica para outra. Não necessariamente a próxima. Mas algum dia nos acostumaremos com a idéia de que perdemos.Mas não nos esqueceremos do Dunga. Eu não o perdoarei. Já era sua era! Vai com Deus. Se der, fica por aí!

Um dia como outro qualquer!

Hoje não foi um bom dia. Foi um dia de angústia, dores de amores, amores vãos. E eu não queria . Hoje devia ter sido um dia como outro qualquer. Sem sobressaltos, sem saída dos trilhos.E que a cada dia bastem as suas preocupações. Mas não é assim, não foi assim.
Tenho que tomar uma decisão e qualquer que seja dolorosa será. A dor é constante na vida. A vida é constante em quem vive. Quem vive sente dor. Viver dói.
E aqui fico me remoendo e sem nada dizer vou-me dizendo que nada há a dizer nem fazer que já não tenha sido dito ou feito.
A mim basta um dia, não mais que dia, um meio dia.

Começando!

Nada mais emocionante que o comecinho de um novo amor. Aquele frio na barriga, o ar que falta, a dissimulação quando se ouve o nome do amado! Estou começando. Durmo pouco, acordo sonhando.
É sentimento que chega sem avisar. Não tem aviso prévio nem antecedentes criminais. Mas chega e muda o layout da vida. Só interessa o que possa lembrar o amor ou deixar subentendido que a frase contém seu nome.
Os amigos estranham a distração, o retraimento, a distância. É que nada de antes interessa mais. Os programas sem ele são perda de tempo. E nesta altura da vida não tenho tempo a perder. Amor adiado é amor perdido.
Estou começando um novo amor. Estou lendo o livro novo de Carpinejar. Fazer o que?

De volta ao começo

Voltar de uma viagem de férias é sempre meio doído. Vontade de ficar, de voltar àquele lugar que se amou, vontade de sair de novo com aquela turma animada de uma cidade longe da sua!Mas, lá no fundo, uma vontade louca de chegar em casa, deitar na sua cama, sentir os cheiros de sua casa, ouvir os ruídos de fundo da rua onde mora.

Se você tiver a curiosidade e a paciência de ver o vídeo acima, vai saber que encrenca foi voltar de Fortaleza! O voo era para o Rio de janeiro com escalas em Natal e Belo Horizonte.Começou com uma hora e meia de atraso no primeiro dia de começar a vigorar a nova determinação da ANAC sobre direitos do passageiro. E a WEBJET pareceu estar interessada em mostrar que não vai respeitar.Em Belo horizonte, fomos obrigados a descer do avião . E ficamos sabendo que o avião que vinha nos buscar estava com mais duas horas de atraso. Ficar num aeroporto vazio às duas da madrugada , sabendo que só vai sair dali às quatro dá um pavor! Daí foi a confusão armada, alterações , discussões. Fiz uma queixa à ANAC qu não mereceu nem resposta até hoje. Bem, eu já estou ciente que não é a sério. os passageiros continuam sem direito a nada. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Só sei que chegar em casa é muito, muito bom. E que Cabo Frio pode não ser a melhor cidade para se viver mas a Praia do Forte é a mais linda do Brasil.

A volta

Quero ir para casa . Já passeei, já dancei, já vi jogo.
O vôo está atrasado . Vou chegar de madrugada no Rio de janeiro, Deus me proteja!
Aeroporto do Nordeste é tudo igual. Pequeno, caro e sem serviço de altofalante.
Oxente!!

Praia do Futuro e seus perigos

Há cinco dias em Fortaleza, até hoje tinha feito trajetos de turista. Pela manhã resolvemos, eu e a irmã, nos aventurar na praia do povo daqui, a praia do Futuro. A única praia ainda não poluída que fica no município. Linda! Uma imensidão de areia plana, o mar limpo, limpo. Um sol de rachar. Nesta terra tem inverno não! nem nuvem!
A beleza logo nos deu ânimo de caminhar e a vontade era de ir até o horizonte ou além dele. Na barraca de água de coco paramos. A irmã puxou a cãmera e registrou o momento. Imediatamente o vendedor nos alertou:
_ Vocês estão caminhando? Tirem o cordão de ouro, escondam a câmera. Aqui tem muito assalto! Eles vêm de dois , um empurra e outro leva.
Eu já me preparava para voltar correndo à segurança virtual da multidão na barraca. Minha irmã, que acredita no ser humano, resistiu:
_ Meu cordão é muito fininho, ninguém vê. Vamos ficar mais perto do grupo.
E tome a demorar ali, com a Câmera na mão , o cordão no pescoço, a bolsa aberta.
Da barraca sai uma mulher que vai para o mar. Na volta, ela para perto de nós, olha minha irmã e diz:
_ Você tá caminhando de cordão? Tire! Muito cuidado, melhor sentar na barraca. e fique de olho nos meninos que vêm em dupla.
Protestos veementes da irmã, eu dei uma de xerife , tirei-lhe o cordão, guardei a câmera na bolsa e mandei um meia volta volver.E ela reclamando, se é pra ter medo, melhor ir embora. Então vamos. mas o sol tá lindo, a praia boa, vamos para a barraca.
Sentadas na barraca ela começa a dar uma de turista típica: compra uma lagosta de ambulante, abre a bolsa, põe a carteira sobre a mesa. Compra um DVD pirata, castanha do Pará. Percebo uma movimentação em torno de nós duas. Pronto! Viramos o centro das atenções. Dos ambulantes, dos pivetinhos e, felizmente, dos seguranças.Que, gentilmente me dizem que as barracas têm no alto um armário com chave.
Bem, a praia para mim acabou. Mas não para ela. Que ainda comeu caranguejo, comprou uma escultura de madeira. Pelo menos o dinheiro acabou logo.
Só então eu pude descansar! Eu e o anjo da guarda dela que hoje suou muito com os perigos da Praia do Futuro. Tão bonita e tão desrespeitada!

De cara para o gol!

Estou arrumando malas. Vou a Fortaleza com a irmã. Chega o frio por aqui e eu me mando para o Nordeste. Inverno por lá, só em Garanhuns, uma cidade estranha em Pernambuco.
Este ano ganho de brinde ir pela ocasião da Copa do mundo. Não precisar juntar-se aos amigos para ver jogo é bom demais! Imagine se eu perco a ocasião de uma festinha! Mas poder ficar sem isto, assistir ao jogo quietinha num quarto de hotel é melhor que tomar chope de madrugada num bar vazio. E torcer pela seleção do Dunga me contorce as tripas. Ver o rosto dele me incomoda. Melhor que estejamos bem longe . Eu e os torcedores a quem admiro pela firmeza mas a quem me dou o direito de permanecer alheia.
De lá mando recados . E fotos.

E assim se passam os dias!

Dia de frio, chuva fininha de vez em quando! Não há nada de melhor no descompromisso que poder fazer nada num dia assim.
Fazer nada quer dizer só fazer o que se gosta,só o que realmente faz bem. Ler um bom livro, assistir um bom filme, ficar horas no telefone com a amiga, dormir em conchinha, tomar um sorvete!
A vida é menos complicada do que parecia antes. Os prazeres são mais numerosos que me pareciam. Os problemas se resolvem aos poucos, a ansiedade por contorná-los de nada acelera seu curso. Os que não se resolvem, um dia deixam de nos incomodar.
A única dor que não passa é a da perda, a da morte. De um ente querido, de um relacionamento, de uma amizade, de um estilo de vida, de uma convicção. Mas um dia, até esta dor se atenua e fica ali, todo dia como uma lembrança que não deixa de aparecer mas que se vai deixando um sorriso leve de saudade no coração da gente.
Estou sozinha e minha casa povoada de lembranças. O sorriso da filha, as gracinhas da neta, o carinho do filho. Tanta gente dentro de um pequeno apartamento que eu me completo e fico feliz na solidão de um dia frio.

O Diário de Andréa.

Caiu nas minhas mãos o livro que foi mesmo um diário. Encontrado pela mãe de Andréa dois dias após sua morte dentro de um baú com as coisas pessoais da adolescente de 17 anos.
Tocante! Intimista e muito verdadeiro. Da força ao desespero, conta três anos de sua curta e difícil vida. O livro é vendido pela Associação de Apoio à Criança com Neoplasia pelo telefone 21-25692444. A associação recebe os direitos autorais conforme registrado pela mãe de Andréa. Que é , aliás, uma mulher admirável!E uma artesã danada de boa. Coisas lindas saem de suas mãos. Palavras lindas saem do diário de sua filha.
No Epílogo, a mãe conta que Andréa "veio ao mundo dar o seu recado e o fez muito bem."
Recado claro em alto e bom som.

Silêncio

Estou em Friburgo,numa casa cercada de verde, um riacho no quintal e outro depois da calçada em frente. Está frio e meu coração se aquece na beleza das montanhas engalanadas do outono. Na limpeza do céu sem nuvens e a lua saindo devagar lá no horizonte.
O que me encanta mais , no entanto, é o silêncio. Ouço a água passando com suavidade pelas pedras do leito do riacho. Ouço as folhas balançando com a brisa leve e úmida. Ouço pássaros, muitos. grilos, sapos e outros bichinhos que não identifico.
Meu coração repousa no silêncio.

Em boca fechada não entra mosquito!

Dom Dadeus Grings , arcebispo de Porto Alegre , perdeu sua grande chance de ficar de boca fechada. Agora só lhe resta aceitar críticas. Dizer que "a sociedade atual é pedófila" e também que "nós sabemos que o adolescente é espontaneamente homossexual" foi de mau gosto e grave. Ele fala PELA Igreja Católica no Brasil ? Ele NÃO fala por mim.
A sociedade atual é diversa.Pedófilos, ladrões, assassinos, traficantes são marginais à sociedade atual. São criminosos e como tal devem ser tratados e punidos. Sejam eles cidadãos comuns, juízes, procuradores, padres. Seja lá qual for a capa escolhida para encobrir seus crimes. O sacerdote pedófilo comete um crime muito grave porque a ele foi confiada a educação, a orientação dos que a ele recorrem. Causa a mesma estranheza que um médico que mata. Um pai que joga a filha pela janela. Não pode ficar escondido o crime. As paredes falam. A sociedade atual é viciada em informação.
Sou leiga no assunto mas minha primeira orientação sexual foi por pessoas do mesmo sexo?Em que pesquisa se baseia esta informação? Meninos brincam com meninos por se sentirem atraídos sexualmente pelos iguais?
É bobagem demais para falar sobre um assunto muito sério.Eu espero mais da CNBB. No mínimo, um pedido de desculpas. E um microfone sem som para Dom Dadeus.

Partido Verde e diversidade.

A foto que reproduzo foi feita numa Noite Verde organizada pelo PV de Cabo Frio. Dona Ione Nogueira e Roberto. Dá vontade de fazer como a revista Caras e adicionar aqueles parênteses com a idade dos dois. Mas meus leitores são inteligentes para perceber a diversidade de gerações que o Partido Verde vem mobilizando em Cabo Frio.
As reuniões têm sido no albergue da fotografada às segundas 20 horas.São pessoas de personalidades fortes porém distintas. Uma diversidade que encanta, emociona e está criando uma nova onda verde!
As idéias fluem tão facilmente que acabam engasgando as reuniões. Muito que se falar, mais ainda que se agir.
Uma boa cruzada!

Fim dos Tempos

Sempre soube que o fim do mundo é o dia de nossa morte. O meu mundo acabará aí. Ainda que toda a beleza e toda a tristeza de nosso planeta continue. Todos nós teremos um fim do mundo particular. Nascemos e morreremos a sós.
Mas os tempos de agora prenunciam um fim. A Terra está sofrendo e gritando. A explosão da plataforma de petróleo no Golfo do México feriu as entranhas do mar. Depois vem a elevação da temperatura dos oceanos, os fenômenos causadores de ciclones, tsunamis, erupções de vulcões e ninguém se lembrará. Que a Natureza não está nos castigando. Que só está se defendendo, mexendo suas entranhas, revolvendo seu corpo em chagas. A espécie humana tenta dominar cada outra espécie. Tenta domar forças indomáveis. Aos poucos está conseguindo adiantar a cada dia o fim dos tempos.

Exercícios altamente recomendados!

Senhor Ministro,

Venho agradecer penhoradamente a sugestão de utilizar o sexo, cinco dias da semana, como exercício para diminuir a pressão alta. Como já pudemos comprovar, o sexo diminui a pressão arterial e a pressão, digamos, tensional.
Agora , gostaria de pedir que me seja designado um cidadão de bom caráter e algumas outras qualidades para compartilhar comigo dos exercícios manuais recomendados.
Atenciosamente,
uma cidadã no limite da pressão

Brigam Espanha e Holanda

Fui me encontrar com o mar às escondidas esta tarde. Esperei o sol começar a se por, a turma das barracas desmanchar seu trabalho, os banhistas se recolherem e caminhei sozinha.
A geografia da praia mudou. A ressaca da semana passada abocanhou um pedaço enorme de areia. A gula do mar fez-se notar até na borda de calçadas de concreto. E lá ficou azul , transparente, senhor! Lembrei de Leila Diniz, rata de praia, com sua composição curtinha: "brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar/brigam Espanha e Holanda porque não sabem que o mar/é de quem o sabe amar".
O mar parece reivindicar o que já foi seu um dia. Os aterros, os concretos, as madeiras, nada escapou de sua fúria incontida. E o espetáculo da ressaca inundou nossos olhos de beleza. O mar tem dessas coisas: até se nos assusta é belo!
Olhei bastante , gastando cada bocado de luz e de admiração para guardar a beleza em meus olhos. À noite, quando os lençóis solitários me envolverem, minha retina vai levar o mar até meus sonhos!

A zona que a Zona de Convergência traz.

Sábado à noite,Rio de Janeiro. Chuva forte traz consigo ruas alagadas, bairros sem energia, escuridão e medo. Numa única noite, em poucas horas choveu mais que o costume em um mês inteiro.Mas qual é o costume e por que a Natureza não o respeitou? Como fugir se o que é hábito ultrapassa as fronteiras, se a Natureza foge às regras que costumava cumprir? Em solo urbano não há fuga. Rios de lama, ruas de trevas, correntezas ferozes.
A Zona de Convergência Tropical do Atlântico estaciona sobre a região Sudeste . A chuva que ela ocasiona leva "zona" às cidades despreparadas. Atônitas! Feliz de quem está em casa e junto com os seus. Bom não ter um familiar ou amigo na escuridão lá de fora. Quem tem, teme acidentes, assaltos, desespero. Só um novo dia com a claridade pode trazer de volta aquele resquício de segurança que mantém a fé na vida.
Não há fuga possível . Só mesmo se a tal da Zona se deslocar. Vá chover no mar!

Lavando roupa suja...na chuva!

Sabem aquela chuva fina que parece que não vai pegar? Pega. E chove o dia inteiro ainda que estie um pouco e o sol apareça justo quando você se lembra que tem roupa suja em casa. E liga a máquina e se prepara para uma atividade frenética. Consulta a cada cinco minutos se o ciclo de lavagem (que dura pelo menos oitenta) se completou para pendurar roupa agora limpa! E vê que voltou a chover.
Roupa suja se lava em casa, se pendura nas portas, nos sofás, nas cadeiras para ver se seca. Na chuva, roupa suja se seca dentro de casa.

De Turismo e medos!

Sempre tive vontade de conhecer o Chile. Ainda não tive a chance. Depois de aposentada veio a neta amada e gasto muito de meu tempo com ela.É claro que também prefiro viajar com alguém que organize tudo. Vá na agência, verifique a melhor data, faça o contrato . Eu assino, pago e viajo. Até agora não houve quem me agendasse para Santiago do Chile. Pena! Muito triste a catástrofe que se abateu sobre o país. Em plena ocasião de transição de poder, de troca de presidente e de partido político, o que costuma envolver mudanças no comando da infraestrutura. Mudança em meio ao caos. Organizar o impensável, pensar o inorganizável.
Pena! Não vou conhecer o Chile. Descobri que os terremotos são comuns por lá. E tenho medo. Meus medos são maiores que minha sede de conhecimento e de aventuras. Se todos fossem prudentes como eu a evolução do homem teria parado pouco depois da descoberta da roda.
Vou aproveitar e fazer turismo na minha cidade. Olhar as ruas com calma como se as visse pela primeira vez. Reparar nas pessoas se movimentando . Umas com pressa , afobadas. Outras apenas se deixando levar. Estar entre as pessoas como se fosse estrangeira, forasteira, de outro planeta até.
Estou muito caseira por agora!