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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DICAS DA DEL


Roberto Carlos e seus 50 anos de música.

Ele merece! O show de Roberto Carlos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro editado pela TV Globo foi MUITO bom. Dia 11 de julho o Maracanã vai ser palco de mais um. Os súditos do Rei já fizeram sua parte. Não há mais ingressos. Ainda bem, senão eu ia querer ir. Mesmo com fobia de multidão, mesmo com a epidemia de gripe A ou sabendo que ia ficar em pé, espremida, vendo pelo telão.
Roberto Carlos é fantástico e devemos realmente comemorar seus 50 anos de carreira. Porque ele está vivo e canta muito bem e tem músicas lindas. Celebremos, pois sua música e o bem que ela nos faz.
A TV Globo News apresentou um especial com Roberto Carlos e Caetano Veloso entrevistados por Nelson Mota. De arrepiar. E lembrar histórias dos dois e suas letras inspiradíssimas. Eles contam como Roberto visitou Caetano em Londres e cantou “As curvas da estrada de Santos” em primeira mão. Caetano estava no exílio e chorou muito. Daí o Roberto pediu uma canção. Nasceu então “Força Estranha” que Dona Canô, mãe de Caetano acha que é a melhor canção do filho. E “Tudo certo como dois e dois são cinco”. E Roberto Carlos compôs “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”. Os dois contavam e cantavam. Contavam a amizade, o momento brasileiro, o prazer de compor. E cantavam em dueto coisas como:
_ Eu prefiro as curvas da estrada de Santos /onde eu tento esquecer /um amor que eu tive /e vi pelo espelho na distância se perder;
_ Eu vi a mulher preparando outra pessoa/ o tempo parou preu olhar para aquela barriga;
_ Um dia a areia branca/seus pés irão tocar/E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar.
Poesia pura! Lindo ver três senhores falando de suas vidas de um jeito jovem, como na música de Caetano. Eu vi muitos cabelos brancos na fronte dos artistas. E a cada um cabem os versos: “O tempo não pára e, no entanto ele nunca envelhece”.
Celebremos, pois! Vamos dizer que o amamos enquanto ele pode nos ouvir. Mostrar o quanto ele é importante para a música, para o país, para cada um de nós enquanto ele pode ver.
Celebremos os 50 anos de música do Roberto Carlos.










A Partida.

O filme é japonês, ganhou o Oscar 2009 de melhor filme estrangeiro e tem 130 min de duração. Três referências que não me seduzem. Mas a filha sabe ser insistente e me leva ao cinema numa sexta à noite na Casa de Cultura Laura Alvim. No início, achando meio “arrastado”, fui-me programando para não gostar. Em pouco tempo estava emocionadíssima, depois tentava segurar o choro. Um dos melhores filmes que já vi nos últimos dez anos!
Conta a história de um violoncelista que é surpreendido com a dissolução da orquestra em que tocava. E que encontra emprego como preparador de corpos para a cremação. Ofício inferior que o envergonha, faz com que minta para a esposa mas que acaba por tornar-se um objetivo de vida. Preparando a morte ele celebra a vida.
Saí encantada, meio zonza, apaixonada pelo que vi e senti.
Não perca! Deve ter saído em DVD. Procure em sua locadora. Caso não encontre procure um cinema mesmo que seja em outra cidade.
(Só evite ver se estiver na TPM ou se sentindo triste. Mas quando passar vá ver.)!


Intermitências da morte.

No dia seguinte ninguém morreu. Com essa frase, José Saramago começa um de seus livros.
Seria uma coisa boa que ninguém morresse. Ou não? Saramago nos conduz por uma viagem ao reino da imaginação. E ao incompreensível reino que existe no interior de cada um de nós.
No livro, a morte é uma mulher linda que se apaixona por um músico. Que está na sua lista. Ela não quer que ele morra. E, assim, desencadeia a rede de eventos que se entrelaçam. E mais não conto porque ler é bom demais!
As intermitências da Morte- José Saramago- Companhia das Letras

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dezoito anos do show do Queen

Love of my life, don't hurt me... Fredie Mercury comandando uma multidão em São Paulo. Foi em 1981. Nem acredito! Eu era solteira, não tinha filhos e fiquei emocionada com a cena.
Divorciada, dois filhos, uma neta ( eternizei!), 2009. Vi de novo na Tv . Fiquei emocionada!
Logo hoje que minha filosofia era que tudo que ficou no passado é virtual, logo, a vida deve ser virtual.Mas aconteceu mesmo. Se fosse virtual não haveria registro. Ou nem estaria no youtube?
Muito bom rever. Como disse um senhorzinho idoso:
"Eu já vivi 102 anos. E posso dizer que a única coisa que vocês não vão gostar na vida é que ela é muito curta!"
Bring it back, bring it back...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DICAS DA DEL
Derrame-se no novo livro de Chico Buarque. Deleite-se com a doçura e a gentileza do escritor.
Logo no primeiro capítulo, o leitor mais atento descobre a idade do narrador. Que vai contando a sua vida com um carinho incomparável se fala dos seus. Não há reprovações nem amarguras. Ele conta a história de sua dinastia como se estivesse vendo um filme. Com a câmera apenas percorrendo rostos, corpos, virtudes e defeitos. Nada de análises ou comentários. Apenas a contestação, a confirmação da existência! Um primor de narrativa.
LEITE DERRAMADO – Chico Buarque-Companhia das Letras.


Prefere um filme? ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA baseado num livro do português José Saramago, com direção do brasileiro Fernando Meireles agrada e faz pensar.

Não tinha o filme na locadora? Tem TV a cabo? CILADA no GNT com Bruno Mazzeo com um formato diferente e muito engraçado diverte sua noite.
Não tem TV a cabo? Recomendo TOMA LÁ DÁ CÁ do Miguel Falabella. Os episódios têm sido inspirados.

Só não se esqueça de entrar no infinito particular de Cabo Frio. Vá ver o mar.
Avô – Ser avô, crônica publicada em “O Globo” no dia 24/10/2009
Por Zuenir Ventura
Dizem que as declarações de avô são como as cartas de amor segundo Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa: são todas ridículas. Por isso, jurei que jamais pagaria mico com isso.
Ao contrário de Veríssimo, Ziraldo, Ancelmo, Garcia, para citar os mais conspícuos, sou um avô do tipo discreto, reservado, que não gosta de contar vantagens. Quem quiser que se vanglorie.
Prometi a mim mesmo que quando nascesse meu primeiro neto ou neta, não repetiria aqueles gestos piegas, aqueles derramamentos sem pudor dos avôs em geral.Nunca, por exemplo, alguém me ouviria dizer que ser avô é ser pai com açúcar. Por mais que tivesse vontade, eu me conteria diante do bercinho e não diria: "Ah, que gracinha!", "Como ela é viva!". Prometi e cumpro, mantendo autocrítica e distanciamento em relação à minha primeira neta.
Sou um avô tão modesto que, mesmo agora, quando as pessoas garantem que Alice, com poucos dias de nascida, já se parece comigo, é linda, tem os meus olhos, a minha boca, o meu jeito de sorrir e às vezes, virando-se para mim, consegue murmurar algo que cheguei a identificar nitidamente como "vô" (com pronúncia fechada, certamente para não acharem que ela está chamando a "vó"), mesmo assim, não saio por aí exaltando essas proezas e nem venho a público alardeá-las. Não importa que sejam os outros a dizer e que seja tudo verdade, guardo só para mim, não sou de apregoar.
O máximo que pensei fazer foi publicar a foto dela ali em cima, mas não para exibi-la, que ela não gosta dessas coisas, é discreta, saiu ao avô, mas para que os leitores de O GLOBO pudessem ver com seus próprios olhos o que os visitantes, encantados, estão dizendo dela. Só para isso.
Meu editor, porém, achou melhor não. Ele alegou que abriria um perigoso precedente, porque iriam aparecer na redação outros avôs reivindicando igual direito, ainda que suas netas não fossem fotogênicas como Alice.
Vocês com certeza gostariam que eu repetisse o que está sendo dito de minha neta, mas resisto, acho ridículo ficar expondo num jornal sentimentos tão particulares. Aqui não é o lugar.O que os leitores têm a ver com essas histórias? Por que eles se interessariam em saber que Alice, diferentemente de outras crianças da sua idade, é fora do comum e tão precoce que no meio de tanta gente já sabe distinguir o seu vô?
Como detesto excesso de efusões e arroubos de vaidade, prefiro disfarçar essa satisfação. É uma questão de foro íntimo. Em primeiro lugar, a privacidade de Alice. Nada de despertar narcisismo nela. Que ela saiba de suas extraordinárias virtudes pelos outros, não por mim. Sou assim, um recatado pai com açúcar, o que posso fazer?
Ah, sim, esqueci de dizer que Alice tem mãe, Ana, e pai, Mauro. Mas isso é apenas um detalhe.

(Transcrito de O Globo de 24/10/2009)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Medo

Acuada! Esta é sensação de uma população da Cidade Maravilhosa que vai (vai mesmo?) sediar as Olimpíadas de 2016.
Muitos não estarão aqui para ver ou participar. Terão perdido suas vidas em guerras urbanas. Os morros cariocas geram tensão e mortes.
Hoje, centenas de pessoas dormem nas ruas fugindo da violência . Uma invasão ou um boato de invasão levou-as a esta atitude extrema.
Passei de carro com um bebê na cadeirinha pelas ruas cheias de carros de polícia, armas apontadas a esmo e famílias acampadas. Vômito e dor de cabeça até agora. Enquanto a criança dorme tranquila eu velo por seu sono e rezo pelas mães que não têm seus filhos em casa em segurança. Protege esta gente, Senhor!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Papo cabeça depois de alguns chopes. Beira mar de Cabo Frio. Comentávamos sobre a beleza da Praia do Forte. Falei que meu maior temor é a cegueira. Daí para ter olhos e não ver foi um pulo. Mais uns momentos filosóficos antes de lembrar de ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA de José Saramago. O livro foi publicado em 1995. O furacão que destruiu Nova Orleans, o Katrina, foi em 2005. Dez anos separam a cena do filme onde a maldade humana se mostra em todas as suas facetas degradantes (ficção) das cenas que vimos no Estádio Super Dome (realidade). Mulheres sendo estupradas pelos mais fortes, a força bruta organizando a distribuição de alimentos. A essência da maldade do homem.
Pelas ruas da cidade homens tirando das casas o quase nada que restou. O prefeito decretando a Lei Marcial e dizendo que não há como respeitar os direitos civis para conter os saqueadores.
O filme angustia ao estender um longo olhar sobre o que não se gosta de ver. O livro impressiona pelo profundo conhecimento do autor sobre a atitude da espécie humana diante do caos. E os dois, livro e filme nos falam da responsabilidade de enxergar quando ninguém mais consegue ver. Pelo menos um sopro de alívio diante da generosidade de uma mulher que é o fio condutor da saga.
Que a cegueira (nenhuma delas) me alcance em meu caminho!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Se Rafael soubesse deste blog o troféu Teia de Aranha seria só meu.Faltou tempo e paciência para postagens.
Atualizando hoje.
Faz frio. Agradeço à vida por estar em Cabo Frio. Quando morei em Nova Friburgo o frio era incapacitante.Doía os ossos, as mãos. Gelava os pés. Mudei para muito melhor, com certeza.
Rosa tem um neto. Izabel tem uma neta. Eu tenho uma neta. Estamos na fase dos netos. Associar esta fase à velhice será o natural? Ainda não me sinto velha. Sinto, é claro, as inconveniências da idade. Dores , algumas. E tudo se compensa com a paciência, que aumentou muito, com a sabedoria que chegou ( ou não? será que estou me achando?) com o sorriso de Laura!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tudo azulzinho hoje. Vi minha neta, passeei com ela .
Olhar a criança que amo liberta a criança que ainda mora dentro de mim. E como papinhas, tomo mamadeiras, falo a língua dos bebês. E dou muitos sorrisos quando ela me sorri. E canto cantigas de acalmar quando ela chora.
Dorme minha pequena!

domingo, 9 de agosto de 2009

Está chegando a hora de ver minha neta. Laura tem seis meses e é muito amada.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Temporariamente estou presente
sou gente.
Tempestivamente serei pó.
Ausente.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dia morno

Um dia para se esquecer é um dia de problemas? De um dia morno ninguém se lembra.
Hoje é assim. Não me lembrarei.
Só ando querendo só mais cinco minutinhos com o meu amor para dizer o quanto o quero , o quanto ele é importante para mim. Só que eu não tenho o meu amor nem terei ou tive?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Ururau da Lapa

Quando eu era menina tinha muito medo do Ururau da Lapa. Conta a lenda que a filha de um coronel muito rico se apaixonou por um cortador de cana muito pobre. Nos idos de 1786, o senhor das terras tudo podia. E resolveu dar um fim àquele amor jogando o rapaz no rio Paraíba do Sul, bem em frente ao Convento da Lapa, onde o rio faz uma curva e dá à cidade de Campos dos Goytacazes uma de suas mais belas paisagens.
Desde aquele tempo, as freiras do Convento prestam um belo trabalho à comunidade vizinha. Elas são da congregação das Carmelitas e dedicam-se, principalmente, ao cuidado de meninas órfãs, algumas até abandonadas na porta da igreja. Ensinam a leitura, os números, a costurar, a bordar, levam médicos e dentistas voluntários aos que não têm como procurar esses serviços. Cuidam das meninas precocemente grávidas. Cuidam dos órfãos abandonados em sua porta.
Mas voltemos à lenda!Dizem que o Deus das Águas indignado com a violência resolveu transformar o rapaz num enorme jacaré de papo amarelo, o Ururau. Só que um amor contrariado causa desvarios. Louco de saudades, nas noites de lua cheia, o Ururau vinha até a beira do rio tentando encontrar sua amada. E como não a via, acabava por levar uma das meninas que se abrigavam no Convento. As freiras, desesperadas, tendo ouvido dos pescadores a causa de tantas perdas, foram procurar o senhor malvado, que confessou seu pecado e prometeu em penitência mandar vir de Portugal um sino de ouro para o Convento.
Quando o navio se aproximava do porto, o imenso jacaré estraçalhou o navio e levou o sino para o fundo do rio evitando assim o perdão de seu algoz. Daí, nas noites de lua cheia, quando se ouvia o sino, uma das meninas sempre se ia com o Ururau.
Dizem que ele até hoje toma conta do sino. Mas hoje já não tenho medo do Ururau. Tenho medo das águas do rio tão sujas e poluídas. Pobre rio Paraíba, agonizante! Em suas águas já se derramaram tantos resíduos tóxicos de mineradoras que o jacaré já deve ter-se desintegrado como os peixes que morreram na superfície. Só não deve ter aparecido seu corpo porque está escondido sob o sino. Que também já deve estar corroído.
Crianças têm medo de lendas. Adultos têm medo do mal que o homem faz à natureza tão dadivosa e indefesa.
O Ururau da Lapa hoje é o próprio rio Paraíba do Sul.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Começar de Novo

E contar comigo. Começa assim uma canção de Ivan Lins.
Começo hoje este blog. Contando comigo.
Vai valer a pena ter virado o barco, reinventado a vida, mudado de casa, deixado o emprego.
Lembrando Adélia Prado, refaço a minha vida sempre e sempre. Recomeço.