Um dia como outro qualquer!

Hoje não foi um bom dia. Foi um dia de angústia, dores de amores, amores vãos. E eu não queria . Hoje devia ter sido um dia como outro qualquer. Sem sobressaltos, sem saída dos trilhos.E que a cada dia bastem as suas preocupações. Mas não é assim, não foi assim.
Tenho que tomar uma decisão e qualquer que seja dolorosa será. A dor é constante na vida. A vida é constante em quem vive. Quem vive sente dor. Viver dói.
E aqui fico me remoendo e sem nada dizer vou-me dizendo que nada há a dizer nem fazer que já não tenha sido dito ou feito.
A mim basta um dia, não mais que dia, um meio dia.

Começando!

Nada mais emocionante que o comecinho de um novo amor. Aquele frio na barriga, o ar que falta, a dissimulação quando se ouve o nome do amado! Estou começando. Durmo pouco, acordo sonhando.
É sentimento que chega sem avisar. Não tem aviso prévio nem antecedentes criminais. Mas chega e muda o layout da vida. Só interessa o que possa lembrar o amor ou deixar subentendido que a frase contém seu nome.
Os amigos estranham a distração, o retraimento, a distância. É que nada de antes interessa mais. Os programas sem ele são perda de tempo. E nesta altura da vida não tenho tempo a perder. Amor adiado é amor perdido.
Estou começando um novo amor. Estou lendo o livro novo de Carpinejar. Fazer o que?

De volta ao começo

Voltar de uma viagem de férias é sempre meio doído. Vontade de ficar, de voltar àquele lugar que se amou, vontade de sair de novo com aquela turma animada de uma cidade longe da sua!Mas, lá no fundo, uma vontade louca de chegar em casa, deitar na sua cama, sentir os cheiros de sua casa, ouvir os ruídos de fundo da rua onde mora.

Se você tiver a curiosidade e a paciência de ver o vídeo acima, vai saber que encrenca foi voltar de Fortaleza! O voo era para o Rio de janeiro com escalas em Natal e Belo Horizonte.Começou com uma hora e meia de atraso no primeiro dia de começar a vigorar a nova determinação da ANAC sobre direitos do passageiro. E a WEBJET pareceu estar interessada em mostrar que não vai respeitar.Em Belo horizonte, fomos obrigados a descer do avião . E ficamos sabendo que o avião que vinha nos buscar estava com mais duas horas de atraso. Ficar num aeroporto vazio às duas da madrugada , sabendo que só vai sair dali às quatro dá um pavor! Daí foi a confusão armada, alterações , discussões. Fiz uma queixa à ANAC qu não mereceu nem resposta até hoje. Bem, eu já estou ciente que não é a sério. os passageiros continuam sem direito a nada. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Só sei que chegar em casa é muito, muito bom. E que Cabo Frio pode não ser a melhor cidade para se viver mas a Praia do Forte é a mais linda do Brasil.

A volta

Quero ir para casa . Já passeei, já dancei, já vi jogo.
O vôo está atrasado . Vou chegar de madrugada no Rio de janeiro, Deus me proteja!
Aeroporto do Nordeste é tudo igual. Pequeno, caro e sem serviço de altofalante.
Oxente!!

Praia do Futuro e seus perigos

Há cinco dias em Fortaleza, até hoje tinha feito trajetos de turista. Pela manhã resolvemos, eu e a irmã, nos aventurar na praia do povo daqui, a praia do Futuro. A única praia ainda não poluída que fica no município. Linda! Uma imensidão de areia plana, o mar limpo, limpo. Um sol de rachar. Nesta terra tem inverno não! nem nuvem!
A beleza logo nos deu ânimo de caminhar e a vontade era de ir até o horizonte ou além dele. Na barraca de água de coco paramos. A irmã puxou a cãmera e registrou o momento. Imediatamente o vendedor nos alertou:
_ Vocês estão caminhando? Tirem o cordão de ouro, escondam a câmera. Aqui tem muito assalto! Eles vêm de dois , um empurra e outro leva.
Eu já me preparava para voltar correndo à segurança virtual da multidão na barraca. Minha irmã, que acredita no ser humano, resistiu:
_ Meu cordão é muito fininho, ninguém vê. Vamos ficar mais perto do grupo.
E tome a demorar ali, com a Câmera na mão , o cordão no pescoço, a bolsa aberta.
Da barraca sai uma mulher que vai para o mar. Na volta, ela para perto de nós, olha minha irmã e diz:
_ Você tá caminhando de cordão? Tire! Muito cuidado, melhor sentar na barraca. e fique de olho nos meninos que vêm em dupla.
Protestos veementes da irmã, eu dei uma de xerife , tirei-lhe o cordão, guardei a câmera na bolsa e mandei um meia volta volver.E ela reclamando, se é pra ter medo, melhor ir embora. Então vamos. mas o sol tá lindo, a praia boa, vamos para a barraca.
Sentadas na barraca ela começa a dar uma de turista típica: compra uma lagosta de ambulante, abre a bolsa, põe a carteira sobre a mesa. Compra um DVD pirata, castanha do Pará. Percebo uma movimentação em torno de nós duas. Pronto! Viramos o centro das atenções. Dos ambulantes, dos pivetinhos e, felizmente, dos seguranças.Que, gentilmente me dizem que as barracas têm no alto um armário com chave.
Bem, a praia para mim acabou. Mas não para ela. Que ainda comeu caranguejo, comprou uma escultura de madeira. Pelo menos o dinheiro acabou logo.
Só então eu pude descansar! Eu e o anjo da guarda dela que hoje suou muito com os perigos da Praia do Futuro. Tão bonita e tão desrespeitada!

De cara para o gol!

Estou arrumando malas. Vou a Fortaleza com a irmã. Chega o frio por aqui e eu me mando para o Nordeste. Inverno por lá, só em Garanhuns, uma cidade estranha em Pernambuco.
Este ano ganho de brinde ir pela ocasião da Copa do mundo. Não precisar juntar-se aos amigos para ver jogo é bom demais! Imagine se eu perco a ocasião de uma festinha! Mas poder ficar sem isto, assistir ao jogo quietinha num quarto de hotel é melhor que tomar chope de madrugada num bar vazio. E torcer pela seleção do Dunga me contorce as tripas. Ver o rosto dele me incomoda. Melhor que estejamos bem longe . Eu e os torcedores a quem admiro pela firmeza mas a quem me dou o direito de permanecer alheia.
De lá mando recados . E fotos.

E assim se passam os dias!

Dia de frio, chuva fininha de vez em quando! Não há nada de melhor no descompromisso que poder fazer nada num dia assim.
Fazer nada quer dizer só fazer o que se gosta,só o que realmente faz bem. Ler um bom livro, assistir um bom filme, ficar horas no telefone com a amiga, dormir em conchinha, tomar um sorvete!
A vida é menos complicada do que parecia antes. Os prazeres são mais numerosos que me pareciam. Os problemas se resolvem aos poucos, a ansiedade por contorná-los de nada acelera seu curso. Os que não se resolvem, um dia deixam de nos incomodar.
A única dor que não passa é a da perda, a da morte. De um ente querido, de um relacionamento, de uma amizade, de um estilo de vida, de uma convicção. Mas um dia, até esta dor se atenua e fica ali, todo dia como uma lembrança que não deixa de aparecer mas que se vai deixando um sorriso leve de saudade no coração da gente.
Estou sozinha e minha casa povoada de lembranças. O sorriso da filha, as gracinhas da neta, o carinho do filho. Tanta gente dentro de um pequeno apartamento que eu me completo e fico feliz na solidão de um dia frio.