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sábado, 18 de setembro de 2010

Acabou.

  Esta é a última noite que passamos juntos. E nada pode acordá-lo para mim. Acabou seu tempo e parece que o meu se gastou com o seu. Tento entender porque não posso fazê-lo estar de novo entre nós e aí me lembro que foi a morte que o levou. E a morte não devolve ninguém. A morte não negocia, não atrasa, não deixa para depois.
  Seus amigos vieram todos. Lembra a festa que você marcou e que todos faltaram? Agora eles estão todos aqui, constrangidos de não terem estado com você aquela noite. Que não teria sido a última como a de hoje será. Aperto sua mão fria, entrelaçada , coberta de flores e não sinto mais que você corresponde a meu aperto firme .Nem seus lábios se abrem no sorriso que ficava bailando sempre que estávamos juntos ou sós.Custo a crer que você me deixou aqui sozinha com a sala repleta de amigos, de seus filhos de seus parentes. Custo a crer que você hoje, não é o anfitrião. Que você não passeia entre os convidados com um copo na mão, o sorriso aberto e as palavras tão fáceis.
  Você está morto. E custou-me dizer isto. Faltou-me coragem de reconhecer que é esta a última noite que passamos juntos.
Ai, fica só mais um pouco,só até amanhã, quando todos se irão , dever cumprido,lágrimas mostradas, pesar compartilhado. E eu? Serei para sempre sem você.

Em memória de Alfredo Barreto, com afeto para Laura Barreto.

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