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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fim dos Tempos

Sempre soube que o fim do mundo é o dia de nossa morte. O meu mundo acabará aí. Ainda que toda a beleza e toda a tristeza de nosso planeta continue. Todos nós teremos um fim do mundo particular. Nascemos e morreremos a sós.
Mas os tempos de agora prenunciam um fim. A Terra está sofrendo e gritando. A explosão da plataforma de petróleo no Golfo do México feriu as entranhas do mar. Depois vem a elevação da temperatura dos oceanos, os fenômenos causadores de ciclones, tsunamis, erupções de vulcões e ninguém se lembrará. Que a Natureza não está nos castigando. Que só está se defendendo, mexendo suas entranhas, revolvendo seu corpo em chagas. A espécie humana tenta dominar cada outra espécie. Tenta domar forças indomáveis. Aos poucos está conseguindo adiantar a cada dia o fim dos tempos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Exercícios altamente recomendados!

Senhor Ministro,

Venho agradecer penhoradamente a sugestão de utilizar o sexo, cinco dias da semana, como exercício para diminuir a pressão alta. Como já pudemos comprovar, o sexo diminui a pressão arterial e a pressão, digamos, tensional.
Agora , gostaria de pedir que me seja designado um cidadão de bom caráter e algumas outras qualidades para compartilhar comigo dos exercícios manuais recomendados.
Atenciosamente,
uma cidadã no limite da pressão

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brigam Espanha e Holanda

Fui me encontrar com o mar às escondidas esta tarde. Esperei o sol começar a se por, a turma das barracas desmanchar seu trabalho, os banhistas se recolherem e caminhei sozinha.
A geografia da praia mudou. A ressaca da semana passada abocanhou um pedaço enorme de areia. A gula do mar fez-se notar até na borda de calçadas de concreto. E lá ficou azul , transparente, senhor! Lembrei de Leila Diniz, rata de praia, com sua composição curtinha: "brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar/brigam Espanha e Holanda porque não sabem que o mar/é de quem o sabe amar".
O mar parece reivindicar o que já foi seu um dia. Os aterros, os concretos, as madeiras, nada escapou de sua fúria incontida. E o espetáculo da ressaca inundou nossos olhos de beleza. O mar tem dessas coisas: até se nos assusta é belo!
Olhei bastante , gastando cada bocado de luz e de admiração para guardar a beleza em meus olhos. À noite, quando os lençóis solitários me envolverem, minha retina vai levar o mar até meus sonhos!