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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Papo cabeça depois de alguns chopes. Beira mar de Cabo Frio. Comentávamos sobre a beleza da Praia do Forte. Falei que meu maior temor é a cegueira. Daí para ter olhos e não ver foi um pulo. Mais uns momentos filosóficos antes de lembrar de ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA de José Saramago. O livro foi publicado em 1995. O furacão que destruiu Nova Orleans, o Katrina, foi em 2005. Dez anos separam a cena do filme onde a maldade humana se mostra em todas as suas facetas degradantes (ficção) das cenas que vimos no Estádio Super Dome (realidade). Mulheres sendo estupradas pelos mais fortes, a força bruta organizando a distribuição de alimentos. A essência da maldade do homem.
Pelas ruas da cidade homens tirando das casas o quase nada que restou. O prefeito decretando a Lei Marcial e dizendo que não há como respeitar os direitos civis para conter os saqueadores.
O filme angustia ao estender um longo olhar sobre o que não se gosta de ver. O livro impressiona pelo profundo conhecimento do autor sobre a atitude da espécie humana diante do caos. E os dois, livro e filme nos falam da responsabilidade de enxergar quando ninguém mais consegue ver. Pelo menos um sopro de alívio diante da generosidade de uma mulher que é o fio condutor da saga.
Que a cegueira (nenhuma delas) me alcance em meu caminho!

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